quinta-feira, 31 de março de 2011

PARTO ATIVO PREVINE LESÕES NA MÃE E NO BEBÊ

A Organização Mundial de Saúde (1996) estabeleceu 4 categorias de recomendações para a assistência ao parto normal, dentre as práticas recomendadas consideradas benéficas está a liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto e parto. Sabe-se que a movimentação ativa da mulher em trabalho de parto, facilita o trabalho de parto, diminuindo a sensação de dor e desconforto, e o tempo do trabalho de parto. Além disso, as posições verticais no momento do parto propiciam uma melhor oxigenação fetal e por ampliarem os diâmetros da pelve, favorecem com segurança a saída da criança. Se uma gestante está em posição de cócoras ou em quatro apoios, por exemplo, não há a necessidade (na maioria das vezes) do profissional “tracionar” o corpo da criança ao nascer....ela fará este movimento espontaneamente com o auxilio da contração materna. Por outro lado, a gestante que permanece deitada (de barriga para cima) pode ter aumento da sensação dolorosa, necessitar de mais esforços para que seu bebe nasça, o bebe recebe menor quantidade de oxigênio e na maioria das vezes  necessitará ser tracionado (puxado) para nascer. O vídeo abaixo mostra a história de crianças que tiveram lesão de plexo (nos nervos que movimentam o braço), por serem bruscamente tracionadas durante seus nascimentos (partos vaginais e cesarianas). Um Parto Ativo e um profissional realmente humanizado contribuem para a prevenção destes tipos de injúrias!!


sábado, 26 de março de 2011

CONTRA A MUTILAÇÃO GENITAL NO PARTO!!

Todos os anos, milhões de mulheres na América Latina têm sua vulva e vagina cortadas cirurgicamente (musculatura vaginal, tecidos eréteis da vulva e vagina, vasos e nervos) sem que haja qualquer justificativa médica para isso. Esse corte, chamado episiotomia, tem sido utilizado de rotina em centenas de milhões de mulheres desde meados do século XX, com base na crença de sua necessidade para facilitar o parto, e para a preservação do estado genital da parturiente. A partir da metade da década de 80, há evidência científica sólida recomendando a abolição da episiotomia de rotina. Sabe-se que, para a grande maioria das mulheres, a episiotomia é um problema, não uma solução: ao invés de promover a saúde genital ou a do bebê, provoca danos sexuais importantes, dor intensa, aumenta os riscos de incontinência urinária e fecal, e leva com freqüência a complicações infecciosas, problemas na cicatrização e deformidades, genitais, entre outros agravos. Trata-se de uma violação dos direitos sexuais e reprodutivos, dos direitos à integridade corporal, à informação e escolha informada, à condição de pessoa e à eqüidade no acesso à saúde. Vários estudos mostram que as mulheres relatam que o momento mais doloroso da parto foi exatamente o da sutura da episiotomia. Muitas mulheres relatam que escolhem a cesárea para fugir de uma episiotomia, especialmente depois de uma experiência traumática e com seqüelas. Diante da permanência desta prática na assistência ao parto, injustificável frente às evidências científicas, a episiotomia de rotina tem sido considerada por vários autores como uma forma de mutilação genital, e mesmo como violência de gênero cometida pelas instituições e profissionais. No Brasil, prevalece um sistema erótico baseado nas noções de atividade-masculino e passividade-feminino. Essa concepção mecânica e passiva da vulva e da vagina é transposta para o parto, dificultando a compreensão, mesmo pelos médicos, de que faz parte da anatomia e fisiologia normal das mulheres que seus genitais aumentem de tamanho durante o sexo e o parto, voltando depois ao tamanho usual. A concepção dos genitais femininos como passivos ratifica a idéia da vagina "apertada" ou "frouxa" (mas sempre passiva, diante do falo em movimento que a estimula e é estimulado). Isto dificulta a compreensão da vagina e vulva como órgãos ativos, capazes de se contrair e relaxar, de acordo com a vontade feminina, até por se tratar de musculatura voluntária, tal como re-descrito pelos estudos mais recentes da anatomia e fisiologia genital feminina. Em resumo, mais do que prevenir a episiotomia, a questão é como promover a integridade corporal no parto. Isso inclui as mudanças institucionais discutidas acima, mas também na formação de recursos humanos e na opinião pública, para reduzir os índices de episiotomia desnecessária (lesão sexual iatrogênica no parto), promovendo uma assistência ao parto menos agressiva e uma vida sexual mais satisfatória, para mulheres e suas parcerias.
Fonte e Texto na Íntegra: Simone G. Diniz é médica, doutora em Medicina Preventiva e professora do Departamento de Saúde  

domingo, 20 de março de 2011

PARTEIRAS URBANAS !!!

PELO DIREITO AO PARTO DOMICILIAR PLANEJADO
Cada vez mais mulheres trocam a segurança do hospital pelo aconchego do lar na hora de ter bebê. Não à toa, surge uma nova leva de parteiras, que são enfermeiras especializadas e atuam em grandes cidades.
No Brasil, país onde são realizadas por ano 1,2 milhão de cesarianas, 40% dos nascimentos - e esse índice chega a 9...0% em certos hospitais particulares -, conseguir um parto normal já é uma vitória. Mas para algumas mulheres isso não basta. Elas querem ter filho fora do hospital, em local acolhedor, onde o ritmo do seu corpo seja respeitado. E sem procedimentos médicos como jejum, lavagem intestinal, soro ou episiotomia, corte lateral na vagina feito em 70% a 80% dos partos normais, embora se recomende não passar dos 20%, por risco de complicações para a mãe. Interessadas em resgatar o que parece ser mais natural, essas mulheres preferem dar à luz no aconchego do lar ou em casas de parto, onde são atendidas por uma parteira. Nada a ver com aquela figura tradicional, que atua basicamente em regiões inóspitas, com pouquíssima estrutura, cobrindo o buraco da falta de médicos e hospitais. As novas parteiras urbanas são enfermeiras especializadas, ou obstetrizes, e acreditam no que chamam de 'parto humanizado'.
'Decisões como dar à luz de cócoras ou na água e por quanto tempo ficar com o bebê no colo após seu nascimento deveriam sempre ser tomadas pela gestante, não por médicos ou enfermeiras', reforça Ana Cris Duarte, criadora do site www.amigasdoparto.com.br. Um parto humanizado envolve ainda a presença do companheiro - ou de alguém da família -, um direito garantido pelo Ministério da Saúde desde 2004 em todo o território nacional. Em nascimentos fora do hospital, procura-se respeitar tudo isso.
Em países como Holanda, Japão e Suécia, os partos domiciliares ultrapassam os 30% do total. Na Itália, esta é uma opção oferecida à futura mamãe já na primeira consulta do pré-natal. No Brasil, não há sequer números confiáveis para medir a quantidade de parteiras em atividade. 'O último levantamento oficial foi feito há 14 anos e não contemplava as regiões Sul e Sudeste', diz Suely. Na época, foram contadas 60 mil parteiras. Em outras palavras, o movimento pró-parto humanizado por aqui ainda é incipiente. Mas já dá sinais de que veio para ficar. Há hoje no país cerca de meia dúzia de casas de parto - duas em São Paulo, uma no Rio de Janeiro, duas em Minas Gerais e uma no Ceará.
UM ATO NATURAL
Mas falar de parto fora do hospital soa dissonante em um país onde a maioria dos médicos parece preferir a cesariana. E, para convencer suas pacientes, usam argumentos que assutam. Às vezes afirmam, por exemplo, que a bacia é estreita ou o bebê, grande. Realmente, pode haver uma desproporção, mas isso só é diagnosticado no fim do trabalho de parto, explica Kuhn. Um médico jamais poderia marcar antes uma cesariana por isso. E há argumentos que simplesmente não procedem, como cordão umbilical enrolado no pescoço. 'Ocorre com cerca de 30% dos bebês, mas não há perigo de asfixia', diz Kuhn. A chave da questão é que o parto normal pode levar de 12 a 24 horas. A cesariana é rápida e exige menos decisões de última hora do médico. 'Além da insegurança, os obstetras não querem perder horas com um trabalho de parto para ganhar a mesma remuneração da cesariana, na qual gastam uma hora', avalia Colás.
Só uma mudança cultural faria o parto normal voltar a ser encarado por todos como o que de fato ele é: um ato fisiológico, natural, para o qual 85% das mulheres estão preparadas. Assim, o número de cesarianas poderia cair para os 15% a 20% recomendados pela OMS. Se dependesse só da vontade das parturientes, isso já teria acontecido. Em estudo de 2001, cerca de 80% das 1.136 grávidas brasileiras ouvidas declararam preferir o parto normal. Apenas metade delas conseguiu um.

terça-feira, 15 de março de 2011

Meu Médico é Cesarista?


Veja se ele se encaixa nesse perfil:
1) Nove entre dez amigas suas que fizeram o pré-natal com ele tiveram parto cesárea. A décima teve o bebê na porta do pronto-socorro.

2) Essas suas nove amigas tiveram cesáreas por motivos como: não teve dilatação, o cordão enrolou no pescoço, não tinha passagem (mesmo que ela não fosse viajar para lugar nenhum), estava passando da hora de nascer. Coincidentemente, foram todas em uma terça-feira.

3) Ele nunca desmarcou o consultório por estar fazendo um parto.

4) Quando você pergunta sobre maternidades, ele lhe lista aquelas nas quais ele opera.

5) Se você já teve outros filhos, ele nunca se preocupou em perguntar sobre seus outros partos. Se foram cesárea, ele nunca se lembrou de perguntar o porquê.

6) Ele nunca parou para examinar sua bacia.

7) Mesmo no fim da gravidez, ele não se preocupa em palpar sua barriga para avaliar o tamanho e a posição do bebê.

8) Ele comenta que não é do tipo que deixa as pacientes sofrerem.

9) Ele comenta que não gosta de arriscar (o que???).

10) Se você disser que a vida de médico é muito corrida, ele diz que consegue ajeitar bem os compromissos.

11) Ele começa a fazer exames de toque com 30 semanas e comenta, com ar tristonho, que você não está tendo dilatação.

12) Ele nunca lhe explica nada sobre: mecanismo do parto, vantagens do trabalho de parto e do parto normal, como se preparar, como reconhecer o trabalho de parto, etc, mesmo que você pergunte. Afinal, você não terá chance de usar essas informações mesmo.

13) Ele descobre a data do aniversário de toda a sua família: você, seu marido, seus pais, seus sogros, etc. Depois passa a comentar como seria legal se o bebê nascesse no dia xx/xx para homenagear o Tio Fulano.

14) Se você perguntar se o seu parto vai ser normal, ele lhe dirá que isso vai depender da conjunção de muitos fatores (o que obviamente nunca ocorrerá). Se você perguntar se seu parto vai ser cesárea, ele marcará a data. 

domingo, 13 de março de 2011

GOLFINHOS PARTEIROS!

Nascido no Mar

Há algum tempo o parto na água, em piscinas ou banheiras, vem se tornando mais comentado e “popular”, seja por conta da mídia (nascimentos de famosas) ou pela enorme quantidade de benefícios para a mãe e para o bebê, tal qual o grande alívio da dor. Mas na minha “santa ignorância”...rs...nunca imaginei, não que me lembre, que poderia haver a possibilidade de haver um nascimento humano dentro do mar ou com o apoio de golfinhos. Mas lendo o livro "nascido no mar" e “parto na água”, descobri que está experiência há muito tempo vem sendo realizada e descrita por Igor Charkovsky. Certa vez ao levar uma mulher para parir no Mar Negro, a dois pés de profundidade, aproximaram-se três golfinhos, afastaram toda a equipe para o lado e tomaram o controle. Os golfinhos fizeram algo que parecia ser um ‘escanear’, de cima a baixo, do corpo da parturiente. A mulher deu à luz quase sem dor nem medo. Esta foi uma fantástica experiência, a do parto debaixo d’água, e que veio a dar início a uma nova prática usando golfinhos como parteiros, que se vem estendendo por todo o mundo. Os golfinhos projetam um ‘sonar’ no momento do nascimento que parece relaxar a mãe.
Os golfinhos gostam dos seres humanos. Os bebês que nascem com golfinhos parteiros são crianças extraordinárias…
Este filme mostra um parto com auxílio de um golfinho....muito lindo!!!

terça-feira, 8 de março de 2011

PARTO ATIVO!

Quando falo em “Parto Bicho”... falo mais ou menos disso ... vejam neste vídeo que momento mais especial. Pura manifestação da natureza!  Vejam a liberdade de posição durante o trabalho de parto, observem como a gestante toca e estimula sua vulva e clitóris, aliviando suas dores por meio do prazer, preparando seu períneo para a saída suave de seu filhote. E o companheiro? Respeitoso, cuidando da privacidade do local, após o parto cuidando do filhote para que sua companheira termine seu processo de parto. No final os 3 juntos, lambendo a cria, estabelecendo vínculo. É assim que as mulheres deveriam poder parir, no seu tempo, com toda a liberdade, e apoiadas por seus companheiros!!

terça-feira, 1 de março de 2011

PARIR X NEOCÓRTEX

Trechos do resumo do Workshop com Michel Odent, em Curitiba,no espaço Aoba.
Parir não é assunto para o néocortex!
Nas estruturas cerebrais arcaicas notavam-se a presença da glândula pituitária e do hipotálamo, sendo que nos Homo sapiens ocorreu o desenvolvimento do néocortex, que durante o parto precisa "parar de funcionar", descansar - um dos aspectos mais importantes da fisiologia do parto, tendo a mulher protegida de estímulos, como a fala, necessitando do silêncio, o uso da palavra no TP, porém em nossa sociedade atual leva-se tempo para "aceitar" o silêncio, onde usamos demasiamente a fala racional - "Você está com oito centímetros!". Faz-se necessário ter muito cuidado ao se perguntar qualquer coisa para a mulher durante o TP, por conta desta interferência. O fato de ser observado também estimula o néocortex, que dirá de cardiotocos, pessoas e câmeras fotográficas e filmadoras. Como aceitar esses preceitos como necessidades básicas? Aí encontramos um grande perigo! Muita atenção! A única necessidade básica é sentir-se segura e não observada. Quem poderia estar no parto e não "atrapalhar", fazendo com que a mulher se sentisse segura? A mãe? A parteira? O desaparecimento das parteiras indica a falta de compreensão da fisiologia do parto, tendo esse ofício ancestral se configurado como mais um membro da equipe médica. Assim, uma parteira "autêntica" compreende intuitivamente e cientificamente o antagonismo entre ocitocina/adrenalina e como é contagioso! A liberação de adrenalina é contagiosa! Desta forma, a duração do TP é proporcional a liberação de adrenalina entre os presentes. Sendo assim, manter o nível de adrenalina baixo é uma das atividades de uma parteira "autêntica", conciliando conhecimento com consciência. A fome é também um dos fatores que desencadeia mais adrenalina, e, o que dizer das inúmeras cascatas de intervenções ocorridas nos partos hospitalares, desde o parto, nascimento do bebê até a dequitação da placenta? Para fazer com que as pessoas percebam o momento atual é necessário trazer-lhes informação com embasamento científico, fazendo surgir uma nova consciência, que nos é um dever, conciliando intuição e Ciência - cá está o ponto de mutação do parto. Hoje temos pressa! Bebês precisam nascer em datas pré-agendadas. De acordo com a data da última menstruação (DUM) versus o dia da fecundação, temos 42 semanas, mas se medirmos a altura do útero, analisar quantas vezes o bebê se movimenta, sendo preciso 10 movimentações diárias, realizar uma Amnioscopia, um ultrasom, coletar a urina e ver a taxa de hormônio da placenta, estando seu funcionamento placentário perfeito, podemos aguardar a chegada desde bebê um pouco mais. E, como escolher seu tipo de parto, entre um parto domiciliar (PD) ou um parto normal hospitalar (PNH)? A resposta de Odent é: "Sentir-se segura é o principal! Não há um protocolo rígido. O mais apropriado é combinar a intimidade do lar com o equipamento hospitalar. Talvez esse seja o futuro."

Imagem: google