domingo, 6 de novembro de 2011

PARTO EM CASA e MUSICOTERAPIA

Pessoal, estas duas ultimas semanas foram contempladas com diversos eventos voltados para a gestação e o parto. No dia 28/10 ocorreu o encontro provido pelas Doulas Curitiba, com o tema Parto Domiciliar. Foi um encontro maravilhoso e emocionante, que contou com a presença de muitos casais e familiares. O casal Monica e Cristian fez o relato da experiência de parto hospitalar e domiciliar que vivenciaram. Para esclarecer duvidas sobre o atendimento ao parto em casa, as profissionais convidadas foram  as enfermeiras obstetras Adelita (eu), Aline e Maria Rita. Nós compomos a equipe curitibana Luar – Parto Domiciliar Planejado.

MONICA E CRISTIAN CONTANDO SEUS PARTOS

FERNANDO TOCANDO CANÇÕES DO NOSSO FOLCLORE

AGRADECEMOS A TODOS OS PARTICIPANTES DOS DOIS ENCONTROS!!!!!



No dia 04/11 o encontro foi promovido pela equipe Luar – Parto Domiciliar Planejado, e contou com a presença do palestrante e musicoterapeuta Fernando de Oliveira Pereira (http://www.bebedofuturo.mus.br/). O encontro reuniu diversos casais e pessoas interessadas no tema. Fernando falou sobre a importância da voz humana e a capacidade de ouvir e memorizar vibrações pelo feto, a partir das 21 semanas de gestação. O grupo, ainda cantou diversas cantigas do nosso folclore ao som da flauta tocada pelo próprio musicoterapeuta. Foi uma noite instrutiva e muito divertida.    

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A importância da parteira?

Michael Odent em entrevista para a PAIS e FILHO edição de Setembro:

Qual é a importância da parteira para fazer com que o processo (de parto) transcorra da forma mais tranqüila possível?
Qual é o protótipo da pessoa que pode ficar no lugar do parto e cuja presença é compatível com a necessidade de se sentir segura sem sentir observada? A resposta em um mundo ideal seria a mãe dessa mulher, com a nossa mãe nos sentimos seguros, elas são pessoas protetoras, com ela não nos sentimos observados... Originalmente, a parteira era uma figura materna. Há uma nova perspectiva científica que diz que alguns estados emocionais são contagiosos e podem ser transmitidos de pessoa a pessoa. É impossível estar em um estado de relaxamento completo, nós temos um nível de adrenalina muito alto. Se alguém próximo a você cheio de adrenalina, é contagioso. Então é uma maneira de entender que uma das principais preocupações de uma autêntica parteira: certificar-se que não há ninguém em volta emanando adrenalina e manter também seu próprio nível de adrenalina o mais baixo possível. Dizem que a duração do trabalho de parto é proporcional à adrenalina da parteira, os dois estão ligados.
Quando falo sobre isso, não posso deixar de lembrar dos seis meses que passei na maternidade do Hospital de Paris em 1953. Eu guardei uma imagem daquela época, uma visão da parteira. Naquela época as parteiras do hospital não tinham nada para fazer, então o que faziam: elas passavam o dia fazendo tricô. Elas tricotavam enquanto esperavam pelo bebê. Depois disso, tricotava enquanto esperavam pela placenta, e depois, claro, tricotavam quando não havia nenhuma mulher em trabalho de parto. Quando você realiza uma tarefa repetitiva como tricotar você reduz o nível de adrenalina.

sábado, 17 de setembro de 2011

CHÁ MEXICANO PARA O TRABALHO DE PARTO!!


A pedidos publicarei a receita do chá mexicano para o parto, receita dada por Naoli Vinaver Lopes, parteira mexicana. Este chá pode ser tomada pela gestante na fase de pré-parto, para dar energia e ativar as contrações. Pode ser ingerido tambem durante o trabalho de parto, quando muito lento ou a mulher estiver muito cansada. Ah...é bom para as parteiras tambem...rs...o chá é delicioso!!! Vamos lá:




Ingredientes:

Água fervente (1l)
Alecrim (4 raminhas)
Canela em pau (3 paus)
Pimenta de bola preta (1)
Gengibre (1 pedaço de +/- 3 cm = meia rama)
Chocolate (puro/cacau) em pedaços (+/- 300gs)
Açúcar Mascavo (a gosto)

Preparo:

Juntar todos os ingredientes na água fervente e deixar no fogo baixo por mais uns 3/5 minutos.
Deixe repousar tampado por uns 10 minutos. 

Lembre-se:

O chá tem um sabor delicioso, mas você pode acrescentar ou diminuir a quantidade dos ingredientes conforme desejar. Vá experimentando-o durante o preparo.


sábado, 13 de agosto de 2011

ACOMPANHANDO UM PARTO NATURAL NO MEXICO

O  1º dia de aula na Naoli foi muito especial para todas nós. Começamos cedo, nos apresentamos e a Naoli contou que havia uma jovem getante camponesa em trabalho de parto no andar de cima da casa. Sim a casa da Naoli esta aberta para atender os partos ... a gestante pode permanecer onde se sentir bem e usar todas as instalações da casa, como a banheira por exemplo. Nos pediu lincença para interromper a aula alguns instantes, e acompanhar o parto. Disse que era a primeira vez que acontecia um "evento" destes durante os cursos que oferece. Então após subir 3 vezes para acompanhar a gestante, ela voltou e realizou um tipo de "sorteio", 3  de nós fomos "escolhidas" para acompanhar o parto de Isabel.  Ao chegar no quarto onde estava a gestante, me deparei com uma menina linda...para nós...com traços indígenas...e um tanto quanto assustada, talvez pela mistura da dor e da nossa presença. Mas logo ao entrar no quarto nós 3 - as escolhidas - Eu, Mary e Etelci, sentamos do lado direito de Isabel...e nesse momento senti uma emoção e vibração muito positiva saindo dos nossos corações, com muita vontade de ajudar aquela menina. Então Naoli, muito sensível, disse a Isabel que nós eramos alunas dela e que estavamos ali para rezar pelo parto....nesta hora nós demos as mãos e iniciamos uma corrente energética de muito amor. Ofereci a Isabel minha mão como apoio - ela ja estava com os puxos - ela segurou prontamente minha mão, e senti que agora ela ja estava a vontade com a nossa presença. Logo a bolsa rompeu espontaneamente, o líquido estava meconial (com o coco do bebe) e a Naoli decidiu usar um aparato muito interessante de aspiração de meconio...um sugador. Pouco tempo depois o bebe - um menino - nasceu...foi aspirado logo ao desprendimento da cabeça e ao sair chorou forte e corou. Imediatamente foi ao peito da jovem mãe e mamou. Tambem logo trouxeram uma sopa para ela tomar. O cordão umbilical foi cortado pela Judy (assistente da Naoli) somente após cerca de 2 horas do nascimento, a placenta já havia dequitado espontaneamente a mais de uma hora...é muito importante para o bebe um desligamento suave do corpo da mãe,  além de usufruir ao máximo de todos os nutrientes e hormônios placentários. Isabel iniciou um pequeno sangramento vaginal, aparentemente não havia lacerações de trajeto e o útero estava contraído....mas o sangramento era persistente. Então Naoli iniciou uma série de procedimentos na tentaiva de solucionar a situação e evitar complicações futuras (hemorragia ou remoção para o hospital). Tecnicamente falando foi muito interessante presenciar esses procedimentos, ela utilizou gelo perineal, homeopatia, sondagem vesical de alívio e compressão abdominal com contenção uterina. Por fim, após cerca de 2 horas a situação foi estabilizada e a nova mãe permaneceu em observação. Neste dia, sai de lá cheia de ocitocina e com a sensação prazerosa que ela proporciona.

AS 3 PARTEIRAS, ISABEL E SEU BEBE E A PEQUENA TIA
VISITA DE PUERPÉRIO (2º DIA DE PÓS PARTO)


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Práticas Tradicionais Mexicanas na Assistência ao Parto Natural

Foram 15 dias maravilhosos no México, mais especificamente na cidade de Xalapa (estado de Vera Cruz). O curso de praticas tradicionais de assistência ao parto foi ministrado pela parteira mexicana Naoli Vinaver. Mulher e Parteira Maravilhosa, Amorosa, Sábia, e de uma intuição e sensibilidade incrível. Este curso foi mais do que uma simples aquisição de conhecimento, para mim representou a oportunidade única de vivenciar a cultura local e o dia a dia de uma parteira. Fiquei hospedada na casa da Naoli, na realidade, num alojamento lindo chamado de “Casa Guadalupe”. A casa é linda, com destaque para a decoração e estrutura dos espaços físicos, rústicos e com aspectos regionais. Na casa havia um fogo elétrico, no qual preparamos muitas gostosuras para nossos jantares. Ficamos em 12 chicas (meninas) na casa. De vários lugares do mundo... Brasil, Estados Unidos, Colômbia, Suécia e Espanha. Foi uma vivencia cultural e de amizade muito especial. Foi realmente uma experiência que vale apena ser vivenciada por pessoas que querem ser indivíduos melhores e/ou trabalham por um nascimento respeitoso... para a mulher, o bebe e a família.
Nos próximos posts contarei um pouco como foram as oficinas e momentos especiais.



Primeira Noite na Casa Guadalupe
Eu, Mari (Colombia), Aline (SP), Laura (Espanha), Maria Tereza (Los Angeles), Etelci e Camila (Cascavel/Pr)

Camas super confortáveis da nossa casa




Nosso Chuveiro no meio da vegetação...muito lindo


Pias


Diversos Espelhos pela Casa


Orvalho da Manhã no Jardim da Naoli


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Hospitais do SUS têm até o próximo mês para adaptar suas instalações e procedimentos à nova regra!

Estudos científicos apontam evidências de que os partos realizados com a presença de um acompanhante trazem grandes benefícios e evitam problemas à saúde da gestante. As mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) têm o direito de escolher alguém de sua confiança para estar presente na sala de parto e também durante o pós-parto. Esse direito é resultado de uma série de ações do Ministério da Saúde para melhorar a qualidade do atendimento às gestantes e humanizar os partos no país.
A presença do acompanhante no parto e pós-parto nas maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS) é garantida pela Lei 11.108, de abril de 2005. Em dezembro do ano passado, uma portaria do Ministério da Saúde regulamentou esse direito. Os hospitais do SUS têm até junho para se adaptar à medida. A permanência de uma outra pessoa junto à mulher no parto e pós-parto contribui ainda para reduzir a possibilidade da paciente sofrer de depressão pós-parto, doença que hoje atinge cerca de 15% de todas as mães do mundo. Além de oferecer tranqüilidade e segurança, o acompanhante pode ajudar a mulher nas tarefas básicas com o bebê no pós-parto, quando a mãe encontra-se em fase de reabilitação.
Tecnologia - Com os avanços tecnológicos na medicina, os atendimentos aos partos sofreram mudanças, algumas não positivas. Alguns medicamentos que nem sempre são essenciais para o bem-estar da mãe ou de seu bebê acabam ministrados freqüentemente. Segundo Daphne, "as mulheres optam por usar anestésicos e soros que antecipam as contrações e até dão preferência às cesáreas por medo de sofrer as dores do parto". Os profissionais de saúde muitas vezes preferem esses artifícios por facilitar o trabalho e diminuir o tempo de espera para o nascimento. Esse tipo de "comodidade" não significa necessariamente a opção ideal.

Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=24112

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Lei do Acompanhante no Parto é Descumprida!!

Desde 2005 uma lei federal garante às grávidas o direito à presença de um acompanhante – de sua escolha - durante do trabalho de parto até o pós-parto nas maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e conveniadas. No entanto, não é sempre o que acontece. A notícia é da Agência Brasil.
Lei federal prevê que os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de um acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. O acompanhante será indicado pela parturiente.
Vários hospitais no país ainda não seguem a regra e barram o acompanhante, como, por exemplo, em Belém, no Pará. No ano passado, representantes do grupo Parto do Princípio encaminharam denúncias de descumprimento da lei ao Ministério Público Federal. Na maioria dos casos, as alegações das maternidades são a falta de espaço ou que a presença de uma pessoa do sexo masculino ameaça a privacidade das gestantes.
“Dizem não ter acomodação. Ás vezes, não permitem a entrada do pai por ser homem. Num momento desses, a mulher fica desassistida”, contou Patrícia Sales, integrante do grupo no Pará. A rede tem representantes em 16 estados e no Distrito Federal. Segundo elas, há relatos de desobediência à lei em outros estados, como no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
Estudos científicos constataram que a presença de um acompanhante com a gestante contribui para reduzir o tempo do trabalho de parto, o número de cesáreas e as chances de depressão pós-parto.
As maternidades tiveram prazo para se adequar. Apesar da lei, a coordenadora de saúde da mulher do Ministério da Saúde, Esther Vilela, disse que a adaptação tem sido feita de forma “gradativa” e a principal dificuldade é mudar a postura dos profissionais de saúde para aceitar o acompanhante como um aliado. “O acompanhante é tido como uma ameaça que vai interferir no processo, vigiar. Isso está mudando”, disse.
Segundo ela, o governo tem incentivado os hospitais públicos, inclusive com destinação de recursos financeiros, a receber os acompanhantes, como obriga a legislação. No ano passado, o ministério fez um trabalho de capacitação em 26 maternidades da Amazônia Legal e do Nordeste, regiões com altos índices de mortalidade materna. Depois da iniciativa, 16 passaram a acomodar os acompanhantes das gestantes, de acordo com a coordenadora. “Apesar de ser lei, precisa de preparação e adesão da maternidade”, disse. A Lei 11.108/2005 não prevê punição a quem descumpri-la.
De acordo com Esther Vilela, o cumprimento da lei por todas as maternidades públicas é uma das propostas do programa Rede Cegonha, aposta da presidenta Dilma Rousseff para melhorar o atendimento às grávidas e aos recém-nascidos até 2014.
A gestante que decidir ter seu bebê em um hospital particular também tem direito ao acompanhante e de acordo com normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é proibida a cobrança de taxa extra. Cabe aos planos de saúde e ao hospital ou clínica negociar as despesas, por exemplo, com roupa esterilizada.

Fonte: http://www.conjur.com.br/2011-mai-08/lei-federal-permite-acompanhante-hora-parto-descumprida

domingo, 8 de maio de 2011

Homenagem a Grande Mãe!!!

"Todos tem a Mãe Divina e a Mãe Divina tem a todos. Este é um vídeo-slide com linda canção de Chandra Lacombe, homenageando a Mãe Divina que intercede por nós, que roga por nós, que chora por nós e que nos da Luz e Compreensão e nos carrega para a Vitória. A Mãe Divina é representada em diversas culturas e religiões mas podemos encontrá-las mais facilmente representada em nossas mães, nossas irmãs, nossas filhas, nossas amigas, enfim nossas mulheres. Agradeçam sempre a Divina Mãe, pois ela está sempre conosco, por tanto, não esqueçam, jamais, Dela. Muitas Graças a Mãe Divina!!!"

domingo, 10 de abril de 2011

O PARTO É SEU! EMPODERE-SE!

Quando faço acompanhamento de pré-natal, um dos temas trabalhados é a questão do empoderamento da mulher....prepará-la para se sentir confiante e participante em todo o processo de seu parto...fazer decisões, escolher o que é melhor em cada momento. Tendo certeza disso...não esperarem que um profissional de saúde (medico, enfermeira, obstetriz...) será totalmente responsável por um parto melhor ou pior....o segredo esta sempre dentro de nós....o poder é nosso (das mulheres) .... Este video mostra o nascimento domicilir da 5ª filha de Rosana (materna japão)....lindo...sensível....forte...poderoso...como realmente deve ser um parto!

sábado, 9 de abril de 2011

O Melhor Modelo de Atendimento a Saúde das Gestantes


De acordo com recente revisão sistemática da biblioteca cochrane, o modelo de atendimento a saúde das gestantes prestados por "parteiras" - lê-se: parteiras, enfermeiras obsteras, obstetrizes - é o melhor modelo de atendimento. Traz diversos beneficios a saúde da mulher e de seu bebe.

Apontam que as mulheres atendidas por estas profissionais apresentam:
  • Menor internações no periodo de pré-parto;
  • Baixa incidencia de hipertensão durante a gestação;
  • Menos pedidos de medicação para dor durante o trabalo de parto;
  • Baixas taxas de partos instrumentados (fóceps/vacuo)
  • Baixa incidencia de placenta retida ou hemorragias;
  • Menos danos perineais e menos lacerações de 3º ou 4º grau.
  • outros...
Fonte: http://www.vbac.com/with-midwives-women-have-fewer-cesareans-and-more-vbacs/

terça-feira, 5 de abril de 2011

19 DICAS PARA EVITAR UMA CESÁREA DESNECESSÁREA


Texto de ICAN - International Cesarean Awareness Network 

Antes do Parto:

• Leia e se informe, freqüente cursos e palestras tanto dentro quanto fora do hospital.
• Pesquise e prepare um plano de parto. Discuta este plano de parto com seu médico e mande uma cópia para o hospital ou casa de parto.
** Faça entrevistas com mais de um profissional. Faça algumas perguntas chave e veja como eles respondem. Perceba se adotam uma atitude defensiva ou parecem contentes com seu interesse.
• Pergunte ao seu médico se há um limite de tempo pré-estabelecido para o trabalho de parto e para a fase de expulsão. Veja quais são os fatores que na opinião de seu médico interferem com o processo fisiológico do parto.
• Visite mais de um hospital ou casa de parto. Fique atenta às diferenças entre eles e pergunte sobre suas taxas de cesárea etc.
• Informe-se sobre seus direitos de mulher grávida.
• Escolha um(a) acompanhante de parto ou doula. Faça entrevistas com mais de uma. Um artigo recente publicado numa revista médica mostrou que uma doula pode diminuir significativamente os riscos de uma cesárea.
• Se seu bebê está sentado (pélvico), procure descobrir exercícios que ajudam o bebê a virar, pergunte a seu médico sobre a versão externa (manobra para fazer o bebê virar) e sobre o parto vaginal de um bebê sentado. Pode ser necessário buscar uma segunda opinião.
• Se você já teve uma cesárea, pense seriamente num parto normal desta vez. Segundo o American College of Obstetricians & Gynecologists, VBAC é mais seguro, na maioria dos casos, do que uma segunda cesárea. Até 80% de mulheres com uma cesárea prévia pode dar à luz normalmente.

Durante o trabalho de parto:

• Fique em casa o máximo possível. Caminhe e mude de posição quando precisar. Fique na posição que for mais confortável para você.
• Continue a comer e beber alimentos leves, especialmente durante o começo do trabalho de parto, para repor as energias.
• Se sua bolsa d´água romper, não permita que ninguém faça uma exame vaginal sem indicação médica bem específica. O risco de infecção aumenta a cada exame. Discuta com seu médico como monitorar os sinais de infecção.
• Peça que o monitoramento eletrônico fetal seja intermitente, ou que um fetoscópio seja usado. As pesquisas mostram que monitoramento contínuo aumenta o risco de uma cesárea sem melhorar o estado geral do bebê ao nascer.
• Evite uma anestesia peridural. As pesquisas mostram que peridurais podem diminuir o ritmo das contrações e causar complicações para mãe e bebê. Se você quiser a anestesia e não conseguir fazer força na hora da expulsão, peça para descansar um pouco, espere o efeito da anestesia passar e aí volte a fazer força.
• Não chegue cedo demais ao hospital. Se você ainda estiver bem no começo do seu trabalho de parto quando chegar lá, não aceite ser internada. Em vez disso, dê uma caminhada ou vá para casa descansar.
• Descubra os riscos e benefícios de procedimentos de rotina e de emergência antes que se depare com eles. Quando se deparar com qualquer procedimento, procure saber porque ele está sendo usado em seu caso, quais são os riscos a curto e a longo prazo para você e para seu bebê, e quais são as outras opções à sua disposição.
• Lembre-se de que nada é preto e branco. Se você tiver dúvidas, confie no seu instinto. Não tenha medo de se colocar. Assuma responsabilidade pelas suas decisões.

** Nota das Amigas do Parto: o artigo foi traduzido do inglês e está adaptado à realidade americana. Particularmente no Brasil, dentro do serviço privado, grande parte dos obstetras têm adotado a cesárea como praxe. Portanto em nossa opinião, a escolha de um bom profissional deveria ser o ponto de partida para se evitar uma cesárea.

quinta-feira, 31 de março de 2011

PARTO ATIVO PREVINE LESÕES NA MÃE E NO BEBÊ

A Organização Mundial de Saúde (1996) estabeleceu 4 categorias de recomendações para a assistência ao parto normal, dentre as práticas recomendadas consideradas benéficas está a liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto e parto. Sabe-se que a movimentação ativa da mulher em trabalho de parto, facilita o trabalho de parto, diminuindo a sensação de dor e desconforto, e o tempo do trabalho de parto. Além disso, as posições verticais no momento do parto propiciam uma melhor oxigenação fetal e por ampliarem os diâmetros da pelve, favorecem com segurança a saída da criança. Se uma gestante está em posição de cócoras ou em quatro apoios, por exemplo, não há a necessidade (na maioria das vezes) do profissional “tracionar” o corpo da criança ao nascer....ela fará este movimento espontaneamente com o auxilio da contração materna. Por outro lado, a gestante que permanece deitada (de barriga para cima) pode ter aumento da sensação dolorosa, necessitar de mais esforços para que seu bebe nasça, o bebe recebe menor quantidade de oxigênio e na maioria das vezes  necessitará ser tracionado (puxado) para nascer. O vídeo abaixo mostra a história de crianças que tiveram lesão de plexo (nos nervos que movimentam o braço), por serem bruscamente tracionadas durante seus nascimentos (partos vaginais e cesarianas). Um Parto Ativo e um profissional realmente humanizado contribuem para a prevenção destes tipos de injúrias!!


sábado, 26 de março de 2011

CONTRA A MUTILAÇÃO GENITAL NO PARTO!!

Todos os anos, milhões de mulheres na América Latina têm sua vulva e vagina cortadas cirurgicamente (musculatura vaginal, tecidos eréteis da vulva e vagina, vasos e nervos) sem que haja qualquer justificativa médica para isso. Esse corte, chamado episiotomia, tem sido utilizado de rotina em centenas de milhões de mulheres desde meados do século XX, com base na crença de sua necessidade para facilitar o parto, e para a preservação do estado genital da parturiente. A partir da metade da década de 80, há evidência científica sólida recomendando a abolição da episiotomia de rotina. Sabe-se que, para a grande maioria das mulheres, a episiotomia é um problema, não uma solução: ao invés de promover a saúde genital ou a do bebê, provoca danos sexuais importantes, dor intensa, aumenta os riscos de incontinência urinária e fecal, e leva com freqüência a complicações infecciosas, problemas na cicatrização e deformidades, genitais, entre outros agravos. Trata-se de uma violação dos direitos sexuais e reprodutivos, dos direitos à integridade corporal, à informação e escolha informada, à condição de pessoa e à eqüidade no acesso à saúde. Vários estudos mostram que as mulheres relatam que o momento mais doloroso da parto foi exatamente o da sutura da episiotomia. Muitas mulheres relatam que escolhem a cesárea para fugir de uma episiotomia, especialmente depois de uma experiência traumática e com seqüelas. Diante da permanência desta prática na assistência ao parto, injustificável frente às evidências científicas, a episiotomia de rotina tem sido considerada por vários autores como uma forma de mutilação genital, e mesmo como violência de gênero cometida pelas instituições e profissionais. No Brasil, prevalece um sistema erótico baseado nas noções de atividade-masculino e passividade-feminino. Essa concepção mecânica e passiva da vulva e da vagina é transposta para o parto, dificultando a compreensão, mesmo pelos médicos, de que faz parte da anatomia e fisiologia normal das mulheres que seus genitais aumentem de tamanho durante o sexo e o parto, voltando depois ao tamanho usual. A concepção dos genitais femininos como passivos ratifica a idéia da vagina "apertada" ou "frouxa" (mas sempre passiva, diante do falo em movimento que a estimula e é estimulado). Isto dificulta a compreensão da vagina e vulva como órgãos ativos, capazes de se contrair e relaxar, de acordo com a vontade feminina, até por se tratar de musculatura voluntária, tal como re-descrito pelos estudos mais recentes da anatomia e fisiologia genital feminina. Em resumo, mais do que prevenir a episiotomia, a questão é como promover a integridade corporal no parto. Isso inclui as mudanças institucionais discutidas acima, mas também na formação de recursos humanos e na opinião pública, para reduzir os índices de episiotomia desnecessária (lesão sexual iatrogênica no parto), promovendo uma assistência ao parto menos agressiva e uma vida sexual mais satisfatória, para mulheres e suas parcerias.
Fonte e Texto na Íntegra: Simone G. Diniz é médica, doutora em Medicina Preventiva e professora do Departamento de Saúde  

domingo, 20 de março de 2011

PARTEIRAS URBANAS !!!

PELO DIREITO AO PARTO DOMICILIAR PLANEJADO
Cada vez mais mulheres trocam a segurança do hospital pelo aconchego do lar na hora de ter bebê. Não à toa, surge uma nova leva de parteiras, que são enfermeiras especializadas e atuam em grandes cidades.
No Brasil, país onde são realizadas por ano 1,2 milhão de cesarianas, 40% dos nascimentos - e esse índice chega a 9...0% em certos hospitais particulares -, conseguir um parto normal já é uma vitória. Mas para algumas mulheres isso não basta. Elas querem ter filho fora do hospital, em local acolhedor, onde o ritmo do seu corpo seja respeitado. E sem procedimentos médicos como jejum, lavagem intestinal, soro ou episiotomia, corte lateral na vagina feito em 70% a 80% dos partos normais, embora se recomende não passar dos 20%, por risco de complicações para a mãe. Interessadas em resgatar o que parece ser mais natural, essas mulheres preferem dar à luz no aconchego do lar ou em casas de parto, onde são atendidas por uma parteira. Nada a ver com aquela figura tradicional, que atua basicamente em regiões inóspitas, com pouquíssima estrutura, cobrindo o buraco da falta de médicos e hospitais. As novas parteiras urbanas são enfermeiras especializadas, ou obstetrizes, e acreditam no que chamam de 'parto humanizado'.
'Decisões como dar à luz de cócoras ou na água e por quanto tempo ficar com o bebê no colo após seu nascimento deveriam sempre ser tomadas pela gestante, não por médicos ou enfermeiras', reforça Ana Cris Duarte, criadora do site www.amigasdoparto.com.br. Um parto humanizado envolve ainda a presença do companheiro - ou de alguém da família -, um direito garantido pelo Ministério da Saúde desde 2004 em todo o território nacional. Em nascimentos fora do hospital, procura-se respeitar tudo isso.
Em países como Holanda, Japão e Suécia, os partos domiciliares ultrapassam os 30% do total. Na Itália, esta é uma opção oferecida à futura mamãe já na primeira consulta do pré-natal. No Brasil, não há sequer números confiáveis para medir a quantidade de parteiras em atividade. 'O último levantamento oficial foi feito há 14 anos e não contemplava as regiões Sul e Sudeste', diz Suely. Na época, foram contadas 60 mil parteiras. Em outras palavras, o movimento pró-parto humanizado por aqui ainda é incipiente. Mas já dá sinais de que veio para ficar. Há hoje no país cerca de meia dúzia de casas de parto - duas em São Paulo, uma no Rio de Janeiro, duas em Minas Gerais e uma no Ceará.
UM ATO NATURAL
Mas falar de parto fora do hospital soa dissonante em um país onde a maioria dos médicos parece preferir a cesariana. E, para convencer suas pacientes, usam argumentos que assutam. Às vezes afirmam, por exemplo, que a bacia é estreita ou o bebê, grande. Realmente, pode haver uma desproporção, mas isso só é diagnosticado no fim do trabalho de parto, explica Kuhn. Um médico jamais poderia marcar antes uma cesariana por isso. E há argumentos que simplesmente não procedem, como cordão umbilical enrolado no pescoço. 'Ocorre com cerca de 30% dos bebês, mas não há perigo de asfixia', diz Kuhn. A chave da questão é que o parto normal pode levar de 12 a 24 horas. A cesariana é rápida e exige menos decisões de última hora do médico. 'Além da insegurança, os obstetras não querem perder horas com um trabalho de parto para ganhar a mesma remuneração da cesariana, na qual gastam uma hora', avalia Colás.
Só uma mudança cultural faria o parto normal voltar a ser encarado por todos como o que de fato ele é: um ato fisiológico, natural, para o qual 85% das mulheres estão preparadas. Assim, o número de cesarianas poderia cair para os 15% a 20% recomendados pela OMS. Se dependesse só da vontade das parturientes, isso já teria acontecido. Em estudo de 2001, cerca de 80% das 1.136 grávidas brasileiras ouvidas declararam preferir o parto normal. Apenas metade delas conseguiu um.

terça-feira, 15 de março de 2011

Meu Médico é Cesarista?


Veja se ele se encaixa nesse perfil:
1) Nove entre dez amigas suas que fizeram o pré-natal com ele tiveram parto cesárea. A décima teve o bebê na porta do pronto-socorro.

2) Essas suas nove amigas tiveram cesáreas por motivos como: não teve dilatação, o cordão enrolou no pescoço, não tinha passagem (mesmo que ela não fosse viajar para lugar nenhum), estava passando da hora de nascer. Coincidentemente, foram todas em uma terça-feira.

3) Ele nunca desmarcou o consultório por estar fazendo um parto.

4) Quando você pergunta sobre maternidades, ele lhe lista aquelas nas quais ele opera.

5) Se você já teve outros filhos, ele nunca se preocupou em perguntar sobre seus outros partos. Se foram cesárea, ele nunca se lembrou de perguntar o porquê.

6) Ele nunca parou para examinar sua bacia.

7) Mesmo no fim da gravidez, ele não se preocupa em palpar sua barriga para avaliar o tamanho e a posição do bebê.

8) Ele comenta que não é do tipo que deixa as pacientes sofrerem.

9) Ele comenta que não gosta de arriscar (o que???).

10) Se você disser que a vida de médico é muito corrida, ele diz que consegue ajeitar bem os compromissos.

11) Ele começa a fazer exames de toque com 30 semanas e comenta, com ar tristonho, que você não está tendo dilatação.

12) Ele nunca lhe explica nada sobre: mecanismo do parto, vantagens do trabalho de parto e do parto normal, como se preparar, como reconhecer o trabalho de parto, etc, mesmo que você pergunte. Afinal, você não terá chance de usar essas informações mesmo.

13) Ele descobre a data do aniversário de toda a sua família: você, seu marido, seus pais, seus sogros, etc. Depois passa a comentar como seria legal se o bebê nascesse no dia xx/xx para homenagear o Tio Fulano.

14) Se você perguntar se o seu parto vai ser normal, ele lhe dirá que isso vai depender da conjunção de muitos fatores (o que obviamente nunca ocorrerá). Se você perguntar se seu parto vai ser cesárea, ele marcará a data. 

domingo, 13 de março de 2011

GOLFINHOS PARTEIROS!

Nascido no Mar

Há algum tempo o parto na água, em piscinas ou banheiras, vem se tornando mais comentado e “popular”, seja por conta da mídia (nascimentos de famosas) ou pela enorme quantidade de benefícios para a mãe e para o bebê, tal qual o grande alívio da dor. Mas na minha “santa ignorância”...rs...nunca imaginei, não que me lembre, que poderia haver a possibilidade de haver um nascimento humano dentro do mar ou com o apoio de golfinhos. Mas lendo o livro "nascido no mar" e “parto na água”, descobri que está experiência há muito tempo vem sendo realizada e descrita por Igor Charkovsky. Certa vez ao levar uma mulher para parir no Mar Negro, a dois pés de profundidade, aproximaram-se três golfinhos, afastaram toda a equipe para o lado e tomaram o controle. Os golfinhos fizeram algo que parecia ser um ‘escanear’, de cima a baixo, do corpo da parturiente. A mulher deu à luz quase sem dor nem medo. Esta foi uma fantástica experiência, a do parto debaixo d’água, e que veio a dar início a uma nova prática usando golfinhos como parteiros, que se vem estendendo por todo o mundo. Os golfinhos projetam um ‘sonar’ no momento do nascimento que parece relaxar a mãe.
Os golfinhos gostam dos seres humanos. Os bebês que nascem com golfinhos parteiros são crianças extraordinárias…
Este filme mostra um parto com auxílio de um golfinho....muito lindo!!!

terça-feira, 8 de março de 2011

PARTO ATIVO!

Quando falo em “Parto Bicho”... falo mais ou menos disso ... vejam neste vídeo que momento mais especial. Pura manifestação da natureza!  Vejam a liberdade de posição durante o trabalho de parto, observem como a gestante toca e estimula sua vulva e clitóris, aliviando suas dores por meio do prazer, preparando seu períneo para a saída suave de seu filhote. E o companheiro? Respeitoso, cuidando da privacidade do local, após o parto cuidando do filhote para que sua companheira termine seu processo de parto. No final os 3 juntos, lambendo a cria, estabelecendo vínculo. É assim que as mulheres deveriam poder parir, no seu tempo, com toda a liberdade, e apoiadas por seus companheiros!!

terça-feira, 1 de março de 2011

PARIR X NEOCÓRTEX

Trechos do resumo do Workshop com Michel Odent, em Curitiba,no espaço Aoba.
Parir não é assunto para o néocortex!
Nas estruturas cerebrais arcaicas notavam-se a presença da glândula pituitária e do hipotálamo, sendo que nos Homo sapiens ocorreu o desenvolvimento do néocortex, que durante o parto precisa "parar de funcionar", descansar - um dos aspectos mais importantes da fisiologia do parto, tendo a mulher protegida de estímulos, como a fala, necessitando do silêncio, o uso da palavra no TP, porém em nossa sociedade atual leva-se tempo para "aceitar" o silêncio, onde usamos demasiamente a fala racional - "Você está com oito centímetros!". Faz-se necessário ter muito cuidado ao se perguntar qualquer coisa para a mulher durante o TP, por conta desta interferência. O fato de ser observado também estimula o néocortex, que dirá de cardiotocos, pessoas e câmeras fotográficas e filmadoras. Como aceitar esses preceitos como necessidades básicas? Aí encontramos um grande perigo! Muita atenção! A única necessidade básica é sentir-se segura e não observada. Quem poderia estar no parto e não "atrapalhar", fazendo com que a mulher se sentisse segura? A mãe? A parteira? O desaparecimento das parteiras indica a falta de compreensão da fisiologia do parto, tendo esse ofício ancestral se configurado como mais um membro da equipe médica. Assim, uma parteira "autêntica" compreende intuitivamente e cientificamente o antagonismo entre ocitocina/adrenalina e como é contagioso! A liberação de adrenalina é contagiosa! Desta forma, a duração do TP é proporcional a liberação de adrenalina entre os presentes. Sendo assim, manter o nível de adrenalina baixo é uma das atividades de uma parteira "autêntica", conciliando conhecimento com consciência. A fome é também um dos fatores que desencadeia mais adrenalina, e, o que dizer das inúmeras cascatas de intervenções ocorridas nos partos hospitalares, desde o parto, nascimento do bebê até a dequitação da placenta? Para fazer com que as pessoas percebam o momento atual é necessário trazer-lhes informação com embasamento científico, fazendo surgir uma nova consciência, que nos é um dever, conciliando intuição e Ciência - cá está o ponto de mutação do parto. Hoje temos pressa! Bebês precisam nascer em datas pré-agendadas. De acordo com a data da última menstruação (DUM) versus o dia da fecundação, temos 42 semanas, mas se medirmos a altura do útero, analisar quantas vezes o bebê se movimenta, sendo preciso 10 movimentações diárias, realizar uma Amnioscopia, um ultrasom, coletar a urina e ver a taxa de hormônio da placenta, estando seu funcionamento placentário perfeito, podemos aguardar a chegada desde bebê um pouco mais. E, como escolher seu tipo de parto, entre um parto domiciliar (PD) ou um parto normal hospitalar (PNH)? A resposta de Odent é: "Sentir-se segura é o principal! Não há um protocolo rígido. O mais apropriado é combinar a intimidade do lar com o equipamento hospitalar. Talvez esse seja o futuro."

Imagem: google

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

TESTE DO OLHINHO!

Quando eu estava no ensino médio, várias pessoas me perguntavam “qual o curso eu tinha escolhido no vestibular”: medicina. Agora, no último ano da faculdade, a pergunta é semelhante; “qual a especialização você tentará prova de residência?”: oftalmologia. Surpresas jogam a próxima pergunta como se não soubessem o que falar: “por quê? Por que estudar tanto para cuidar só do olho?”; é simples, pense como seria perder um dos seus cinco sentidos, imagine você por um dia com uma venda nos olhos tentando fazer o que sempre faz, antes com a ajuda sublime da visão. Pensando assim você vai concordar comigo que os sentidos são um dom, ou melhor, cinco dons! A meu ver, a visão é o mais “charmoso” deles; não o mais importante, visto que todos tem seu poder. Se consegui convencer você de que seria difícil viver mesmo que um dia sem a visão, imagina privar uma criança a vida toda da magia que é observar a beleza nas coisas... não é justo né?
Pensando nisso, profissionais da área da saúde lutam para implantar um teste de rastreamento em recém nascidos a fim de evitar que uma criança cresça com problemas na visão, descobrindo antes o que ela tem e tratando. O teste do olhinho como é conhecido, permite que o pediatra ou oftalmologista detecte problemas no recém nascido sem agredir a criança visto que não é um exame invasivo; tratando esse problema encontrado pode evitar a cegueira.
O teste é simples, precisa apenas de um aparelho de semiologia chamado oftalmoscópio: é uma lente com um feixe de luz que permite o médico visualizar o fundo do olho da criança até a retina. Se estiver tudo bem com o olho da criança, aparecerá um reflexo vermelho; significando que a luz vai até o fundo do olho, batendo na retina e voltando para o olho do examinador, comprovando que não existe obstruções como um tumor (retinoblastoma) ou catarata (doença da lente do olho, o cristalino).

A técnica também é simples: de posse do oftalmoscópico, o médico precisa de uma sala escura e a ajuda de um auxiliar para segurar a cabeça do bebê; realizando o exame em minutos, indolor para o bebê.
Como dito anteriormente, esse é apenas um teste de rastreamento; se o pediatra tiver alguma dúvida ou não conseguir visualizar o reflexo vermelho, deve encaminhar a criança para o oftalmologista. Este vai realizar outros exames na criança para confirmar ou afastar alguma doença. O interessante é que a criança quando nasce não enxerga como nós adultos, a visão começa a ficar parecida com a nossa lá pelos 4 meses de vida e terminando sua formação por volta do segundo ano de vida. Por isso a importância do teste do olhinho, qualquer injúria antes da formação da visão pode levar a um defeito contínuo em como o cérebro processa a visão e a criança nunca mais enxergará direito, mesmo com uso de óculos ou cirurgias.
A maioria das cegueiras são evitáveis, tanto em adultos como em crianças; por isso exija o teste do olhinho quando seu bebê nascer e assegure que ele terá o dom da visão.

Autor: Tiago Fagundes Chichetti
Acadêmico do 11º período da faculdade de medicina da Universidade Federal do Paraná.

Fontes:
Sociedade Brasileira de Oftalmopediatria;
Oftalmologia Geral de Vaughan & Asbury. 17 edição. 2011. Editora: Mcgraw Hill.
Imagens: google

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

“A Arte de Acompanhar o Parto e o Nascimento"


A parteira mexicana (MARAVILHOSA) Naoli Vinaver, está ofertando uma oficina no mês de Junho de 2011, sobre “A Arte de Acompanhar o Parto e o Nascimento: Combinando Tradição com Profissão”. As vagas são limitadas!!! Tenho uma amiga que foi no ano passado e adorou, voltou cheia de conhecimentos para a assistência a mulher e ao parto!! Eu vou, vamos?!

sábado, 29 de janeiro de 2011

O PARTO DA MULHER E O PARTO DA OVELHA

Somos Animais…Mamíferos...é assim que deviam compreender as necessidades de cada gestante ao parir seu filhote...
Ontem estava pesquisando no “Google” sobre vocalização durante o trabalho de parto...e para minha surpresa (não deveria ser pois penso o parto ser algo instintivo e animal...mas enfim) encontrei alguns links sobre a vocalização dos animais (não humanos) ao parirem. Entrei num que me chamou mais a atenção...tratava-se de um artigo de Simone Fernandes, uma zootecnista de São Paulo, falando sobre o desenvolvimento do cuidado materno nas ovelhas, bem como a influencia do ambiente durante o parto e a formação de vínculo mãe-filho. Segue parte do artigo... vejam que interessante...se trocarmos alguns nomes....poderíamos utilizar como protocolos nas nossas maternidades...e ninguém saberia que se trata de ovelhas...rs

"Comportamento materno de ovinos"
Na eminência do parto, a ovelha indica mudanças de comportamento como um aumento de inquietação, caminhar em círculos, abaixar-se e levantar-se repetidamente. O tempo até o parto após essas mudanças de comportamento é curto, e algumas ovelhas nem demonstram todos eles, de acordo com Arnold & Morgan, 1975), que ao estudarem o comportamento de ovelhas de várias raças. De acordo com Arnold & Dudzinski (1978), dois fenômenos são reportados no parto de ovelhas, que são vantajosos para os cordeiros: o isolamento e a busca de proteção. O isolamento da ovelha ao pré-parto tem sido registrado em várias raças em diferentes partes do mundo, porém existem diferenças de raças ao maior ou menor isolamento, como também de técnicas de manejo, como tamanho de piquete, taxa de lotação, clima e outros. Em ovinos, como em outras espécies, as primeiras horas do nascimento do jovem animal caracteriza-se por interações comportamentais entre mãe e filhote, as quais causam um vínculo entre ovelha e cordeiro, particularmente dentro de duas horas do nascimento e a deficiência desses comportamentos materno e do neonato, resultam em laços débeis entre mãe e filho, podendo resultar em doenças (Nowak, 1996). Com diferenças entre idades, a ovelha começa a limpar seu cordeiro em poucos minutos após o parto, com as membranas que envolvem o nascimento normalmente ingeridas neste processo de limpeza. Antes, acreditava-se que somente a mãe tinha um papel importante no estabelecimento do vínculo materno-filial, entretanto Nowak & Linsay (1990) mostraram que a distinção dos cordeiros por suas mães, e a vocalização de mãe e filho durante esses cuidados após o parto, é muito importante no estabelecimento desse vínculo. De acordo com Dwyer et al. (1998), os ovinos têm uma vocalização específica ao parto: um balido de tom baixo ou ronco, que é feito exclusivamente para o cordeiro, e de grande importância no estabelecimento do vínculo ovelha-cordeiro.
É grande a perda de cordeiros no período pré natal por várias causas, algumas como inadequada quantidade de colostro ou leite, baixo peso ao nascimento, complexo exposição- inanição e comportamentos insuficientes da mãe e do cordeiro. Muitos processos revelam que interações mais efetivas entre cordeiro e mãe, levam a melhorar a sobrevivência do cordeiro; e no processo de reconhecimento, o nível de nutrição do cordeiro, ou seja a ingestão de colostro nas primeiras horas após o nascimento pode ter papel importante: cordeiros bem alimentados são mais hábeis em reconhecer suas mães, por serem mais saudáveis e vigorosos (Nowak & Linsay, 1992). O período para a formação do laço entre mãe e filho em ovinos é menor que 5 horas, depois disso, se não houver contato, há um rápido declínio no interesse materno pelo filhote com aumento de comportamento agressivo contra ele (Arnold & Dudzinki, 1978). De acordo com Nowak (1996), o vínculo entre mãe e filhote pode ser maximizado por práticas de manejo, como:
1) estratégias ótimas de alimentação durante a gestação e o parto, que não só melhoram o peso do cordeiro, como influenciam a qualidade do comportamento materno.
2) a permanência no local do parto por no mínimo 6 horas, onde ocorre o processo de ligação da mãe com o filhote; devendo evitar nesse período algumas práticas de manejo como por exemplo pesagem e identificação.
O "imprinting" é um processo de aprendizagem que normalmente ocorre em um curto período, no caso de mãe e filhote, o período crítico é logo após o parto- cerca de 5 horas; e neste período é conveniente que evite-se incômodos para a ovelha e o cordeiro, para que haja boa formação do vínculo entre ambos (Costa, 1989).

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ALGUNS MITOS SOBRE O PARTO EM CASA

È necessário uma Ambulância na porta de casa, como na Holanda
Existe uma crença popular (e entre o meio médico), inclusive no Brasil, que não sei da onde vem, mas da Holanda é que não é, de que em partos domiciliares há uma ambulância na porta de casa. Porque iriam oferecer o parto em casa na Holanda se teem que disponibilizar um exército de ambulâncias paradas nas portas das casas por todo o país? Não seria algo muito lucrativo! Precisamente o governo proporciona o parto em casa pois além de mais barato, melhoras os resultados, reduz a mortalidade e aumenta a satisfação da população. As parteiras (diplomadas) vão atender o parto em carros próprio, bicicleta ou se preferirem a pé. O fato é que na Holanda ao se chamar uma ambulância esta chega em torno de 15 minutos. Ambulância na porta de casa é FANTASIA!!!
Antes morriam muitas mães e bebês, por esta razão se possou a parir no hospital
A mortalidade materno-infantil ja havia decrescido antes do parto pasar a ser hospitalar, graças aos medicamentos, vitaminas e as melhoras na dieta e higiene, vestes e moradias. No entanto, a atenção ao parto em casa era muito diferente, as parteiras não tinham os recursos que teem agora, nem material como oxigênio e ambu, nem conheciam bem as mães, ou podiam escutar os batimentos cardíacos do bebe com a freqüência de agora. Também se alguém morria era considerado normal, não se culpava a parteira (que fazia o que podia). Hoje em dia não se coloca ninguém em situação de risco, nem a parteira nem a família!!
Em casa não há sala de cirurgia estéril, há risco de infecção
Há muito tempo isto foi desmentido. O risco de infecção aparece ao entrar pela porta do hospital, e acontecem diariamente, inclusive infecções graves e fatais em mães e bebes, já que se produzem feridas cirúrgicas, incisões, suturas, intervenções e manipulações invasivas por parte de várias pessoas diferentes. Em sua própria casa o risco é mínimo e certamente não se conhece algum caso!
Vou parir sozinha como os animais, se há tanta tecnologia hoje em dia!?
A tecnologia não ajuda no parto, já que é um processo espontâneo, íntimo, sexual, mamífero, que requer simplesmente deixar a mãe fazê-lo. Entretanto, a medicina e a tecnologia são muito eficazes para aqueles poucos casos em que há realmente necessidade. Uma cesárea pode salvar a vida de uma mãe que, por exemplo, esta tendo uma hemorragia ou uma eclâmpsia, ou um bebê com sofrimento fetal. Fora estes casos, e as indicações absolutas e reais, não freqüentes, as intervenções causam apenas aumento dos riscos que não existiam. As parteiras profissionais, enfermeiras obstetras ou obstetrizes, que atendem o parto em casa, são treinadas para atuar em situações de emergência e levam o material para tal atendimento, podendo sair com êxito dos problemas freqüentes. Assim, não é como os animais ou pari sozinha.
Mas...e se acontece algo?
Como já comentado as profissionais que acompanham o parto domiciliar dispõem de recursos e materiais para atuar em casa, mas às vezes pode ser necessário a transferência para um hospital. Aqui no Brasil, há alguns grupos de acompanhamento de parto domiciliar planejado, neste planejamento está as possíveis rotas para os hospitais mais próximos em caso de desistência, urgência ou emergência. Normalmente se utiliza o próprio carro para a transferência, também pode ser uma ambulância (que pode demorar mais). A maioria das situações de transferência dão uma margem de meia hora e podem ser detectadas mais rapidamente que se tivessem no hospital a cargo de duas ou três mulheres de uma só vez.

Adaptado de http://portandootroangelito.blogspot.com/2011/01/mitos-sobre-el-parto-en-casa.html